terça-feira, 4 de julho de 2017

O que é certo fazer? (moral)

O QUE É CERTO FAZER? (MORAL)


Você sabe o que é certo fazer? O que deve fazer em determinadas situações ou fica perdido? Ou faz errado achando que está acertando? Você tem consciência dos seus atos?

Luísa veio contar-me que estava triste por ter danificado seu celular quando o deixou cair na água. Alguém teria lhe dito que o conserto não valeria a pena e que o ideal seria que comprasse outro. Estava triste, porque ainda estava pagando suas prestações e era um telefone caro para ela.

Depois daquele dia em que me contou do ocorrido, alguém lhe deu a ideia de levar o telefone na assistência técnica com a nota fiscal, porque ainda estava na garantia. E já que o telefone estava “sequinho” não perceberiam o que tinha ocorrido. Foi o que fez.

Quando o rapaz da assistência lhe perguntou o que estava acontecendo, ela limitou-se a dizer-lhe: “eu tento ligá-lo e ele não liga”. Contou-me que não falou que o deixou cair na água e que torceu para ele não perguntar mais nada, porque se não teria que mentir e não gosta de mentir. E ainda acrescentou que celulares da marca do seu dão mesmo problemas.

Vamos analisar sua fala.

1º.) (...) “E já que o telefone estava ‘sequinho’ não perceberiam o que tinha acontecido”.
Análise: não perceberiam que ela tinha provocado, ainda que involuntariamente, o estrago do aparelho, o que caracterizaria mau uso, ou seja, sua culpa.

2º.) (...) “não falou que o deixou cair na água”.
Análise: omitiu. Do seu ponto de vista omitir pode, mentir que é complicado.

3º.) (...) “torceu para ele não perguntar mais nada, porque se não teria que mentir”.
Análise: o rapaz seria o responsável por sua mentira, por isso seria possível mentir, pois se perguntasse algo a mais, este algo a mais seria a causa da mentira. Também podemos entender a fala como não ter dito nada, porque não foi indagada.

4º.) (...) “E ainda acrescentou que celulares da marca do seu dão mesmo problemas”.
Análise: ou seja, fácil enganá-lo, pois não desconfiaria que a causa do estrago teria sido por mau uso.

Ela estava feliz, porque o técnico tinha aceitado o aparelho em garantia e não teria que pagar pelo conserto. Levou vantagem.

Quando ela me contou tive vontade de dizer-lhe: mas você sabe que a culpa foi sua, não importa se ele vai desconfiar ou não. Como fica sua consciência? Você sabe que o está enganando e isso deveria ser o bastante para você não fazer isso.

Ela estava feliz e achava que tinha feito certo, não se deu conta da impropriedade de seu ato e muito menos que estava sendo desonesta.

Um outro exemplo: Sueli comprou um mouse e quando chegou em casa deixou-o cair no chão. Ele estragou. Sueli voltou na loja e comprou outro mouse, nem tentou trocá-lo, o que teria sido fácil, pois acabara de comprá-lo. Bastaria dizer que ele tinha ido com defeito. Mas ela sabia que ela tinha dado causa ao estrago e sua consciência não permitiu que mentisse para levar vantagem. Aliás, isso nem passou pela sua cabeça.

Isto é moral: é fazer o certo independentemente dos outros saberem ou não. É fazer o certo, o que tem que ser feito, mesmo que você não queira fazer, mesmo que você não concorde. Você se levantar para um idoso se sentar no ônibus é o que deve ser feito, mesmo que você ache que o idoso é mais forte do que você. Isso é moral. Moral é o que temos dentro de nós mesmos, é nossa consciência daquilo que deve ser feito, porque aquilo é o certo.

Susana Alamy
Psicóloga Clínica e Hospitalar,
Psicoterapeuta, Docente Livre
psicologiahospitalar.net.br

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E-mail para contato: alamysusana@gmail.com

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